A desinformação fez a fabricante da ivermectina lucrar bastante durante o ano de 2020. De acordo com um levantamento divulgado pela Federação Brasileira de Farmácias (Febrafar), o medicamento foi o campeão de vendas durante o ano com um incremento em 2.869,11% das vendas em 2020. O relatório também mostra que o setor do varejo de farmácias cresceu em 15,6%.

O aumento do número da venda do remédio acontece em razão das campanhas em defesa do chamado “tratamento precoce”, que inclui outras drogas como possíveis “preventivos” para a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Embora a própria fabricante da ivermectina tenha admitido que não há eficácia do tratamento para vermes contra o vírus, muitos médicos insistem em receitar a medicação, balizados por uma decisão do Conselho Federal de Medicina que o profissional quem deve decidir que medicamentos prescrever.

Ivermectina registrou aumento nas vendas. Crédito: Lucrécio Arrais.Ivermectina registrou aumento nas vendas. Crédito: Lucrécio Arrais.

Em entrevista ao Jornal Meio Norte, o pneumologista Alexandre Kawasaki informou que apenas a dexametasona tem efeitos terapêuticos positivos com relação à doença. A cloroquina, outra medicação que se transformou praticamente em um folclore durante a pandemia, é outro remédio sem qualquer comprovação de eficácia que é receitado sem motivação científica.

Além da ivermectina, suplementos de alimentação também tiveram um incremento considerável em vendas.

Farmácias lucrando

O relatório também mostra que o faturamento das farmácias durante o ano de 2020 foi de de R﹩139,37 bilhões, em 2019 esse valor foi de R﹩120,54 bilhões. O grande destaque deste crescimento foram as lojas das redes associadas à Febrafar que cresceram no ano 26,1%.

Em relação ao contínuo crescimento da Febrafar, esse fato já tem resultado direto em sua participação no mercado, sendo que em 2016 essa era de 9,1% e em 2020 chegou a 12,1%. “Os números apresentando pela Febrafar não nos surpreendem pois já tínhamos constantemente crescendo bastante acima do mercado. Mas, uma característica deste ano foi um crescimento maior das farmácias nos bairros. Isso se deve ao fato de que, com o isolamento, as pessoas tiveram que ficar em casa e passaram a consumir mais em farmácias de bairro e não nas das regiões centrais”, explica o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.

Fonte: Meio Norte

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