A Corregedoria da Polícia Militar prendeu em flagrante dois policiais diretamente envolvidos na morte de uma turista espanhola na Rocinha, na manhã desta segunda-feira (23). Os dois militares foram encaminhados para Unidade Prisional da PM, em Niterói, na Região Metropolitana.

A princípio, os policiais informaram que dispararam contra o veículo em que estava a turista e outras quatro pessoas porque o motorista não teria obedecido uma ordem de parada. Mas o condutor afirmou, em depoimento na delegacia, que não havia bloqueio e não viu os policiais.

Em nota, a PM informou que segue os procedimentos estabelecidos em Manual de Abordagem, o que, no caso da turista morta, não ocorreu. De acordo com o texto enviado pela corporação, o ordenamento determina que os PMs não poderiam atirar, mas sim perseguir o veículo.

“O referido manual determina que os policiais não devem efetuar disparos, mas sim perseguir o veículo que não obedeceu a ordem de parar e bloquear sua passagem assim que for possível. A razão pela qual o procedimento não foi cumprido é também objeto da investigação em curso”, é comunicado na nota.

A turista espanhola Maria Esperanza Ruiz Jimenez, de 67 anos, morreu após ser baleada na Favela da Rocinha, nesta segunda-feira (23), em mais uma manhã de tiroteios na comunidade. Por meio de nota, a Polícia Militar informou que o carro no qual ela estava furou um bloqueio feito pelos policiais e, por isso, os PMs fizeram disparos contra o veículo.

Imagens mostram momento em que PMs correm atrás de carro com espanhola morta na Rocinha

Em depoimento na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), o motorista do veículo alvejado, Carlos, italiano que mora no Brasil há 4 anos, disse que o carro dele foi abordado no momento em que voltava, quando subia na favela para buscar os turistas que estavam lá em cima passeando, e que, nesse momento, o carro estava vazio. E que incidente ocorreu quando ele descia, com os turistas já dentro do carro.

A Corregedoria disse que os PMs desconfiaram que o veículo poderia estar transportando bandidos da comunidade já que havia subido vazio.

“Eles sabiam que era uma comunidade, mas desconheciam que era uma área conflagrada. Eles entendiam que seria um cenário, um território tranquilo para eles vasculharem. Eles viram PMs circulando e por isso se sentiram mais seguros. Quando era, na verdade, exatamente o contrário”, disse a delegada Valeria Aragão.

Fonte: G1-RJ
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