Cerca de 245 mil pessoas, 733km de estrada, 290 unidades escolares, 173 unidades de saúde, 3 unidades de delegacias, 1 aeroporto, 117 áreas de mineração, 21 mil agronegócios, 598 aerogeradores de energia eólica e 1 unidade de conservação federal.

É o que está em jogo na polêmica que envolve os estados do Piauí e Ceará. Quem está certo nessa briga?! Claro que é o Piauí!! Desde 1880 ficou-se instituído que os dois estados são divididos a partir da Serra da Ibiapaba. As terras à oeste são do Piauí e as que estiverem no leste, são do Ceará.

Divisa entre os estados do Piauí e Ceará registrada pelas rodovias estaduais (Foto: Reprodução Google Maps)

Desta forma, os cearenses avançaram em terras piauienses e se apossaram delas, que é justamente esta a área de litígio. É por isso que o Piauí reivindica no STF que essas terras sejam consideradas do Piauí. E, ao contrário do que autoridades afirmam, o Piauí não quer que os cearenses nascidos na área de litígio se tornem imediatamente piauienses.

No último mês de março, o governador Elmano de Freitas (PT) assinou um decreto que autoriza a criação do Grupo de Trabalho para acompanhamento da disputa territorial entre Ceará e Piauí. Os cearenses dizem que os territórios de 13 municípios deles, Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús.

A defesa do Governo do Ceará, vale ressaltar, vai de encontro a um pedido dos moradores destas terras que ficam nas cidades citadas. Eles não querem se tornar “piauienses”. Isso faz com que o Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec) garanta ter argumentos no mínimo culturais para embasar a defesa de que o território deve continuar pertencente ao Ceará.

Serra da Ibiapaba é o que divide os estados do Ceará e do Piauí (Foto: Reprodução redes sociais)

Mas é só isso mesmo que tem de defesa o Ceará. Nem adianta dizer que esse território é fruto de uma troca para que o Piauí pudesse ter o menor litoral do Brasil. Isso é uma lenda muito mal contada… pura balela! Já se comprovou que não é verdade. Em uma entrevista dada à Rede Globo em maio do ano passado, o pesquisador Eric de Melo explicou: “Antigamente, se dizia que o litígio havia surgido de uma ‘troca’ entre Piauí e Ceará, que dera o litoral do Piauí. Na verdade, o Ceará invadiu o litoral do Piauí e, em 1880, Dom Pedro II assina um decreto obrigando a devolução desse litoral”.

Trazendo para os tempos de hoje: o caso está tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria da ministra Cármen Lúcia. Já teve perícia, deputado, prefeito e liderança de interior querendo aparecer em cima da disputa, mas não tem o que se discutir: o Ceará tem que devolver o que não é dele! As terras são do Piauí e ponto final. A propósito, os municípios que terão seus territórios “aumentados”, ou melhor, que ganharão o que já deveria ser deles, são: Luís Correia, Cocal, Cocal dos Alves, São João da Fronteira, Pedro II, Buriti dos Montes, Piracuruca e São Miguel do Tapuio. Abaixo, como é a situação hoje:

Cidades do lado do Ceará envolvidas com a área de litígio: essas áreas sempre foram do Piauí (Foto: Reprodução)

Fonte: Oitomeia / Por: Allisson Paixão

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