Moradores da Zona Sul de Teresina relatam problemas de saúde por conta da água

Ismenia da Silva diz que a família vem sentindo vômito, diarreia, coceira no corpo e queda de cabelo, que seria provocada por conta do sal. Ela relata que alguns moradores tiveram problemas de rins.

“Quem não tem condições de comprar água mineral tem que ferver, porque a água que chega às torneiras não dá para consumir”, relatou Ismenia da Silva.

A aposentada Maria da Conceição Ferreira conta que desde que se mudou para o residencial tem sentido na pele e no bolso os impactos da situação. “Eu não tenho condições de comprar água mineral. A gente bebe ela, coloca no filtro e bebe ela assim mesmo, salgada”, disse.

A idosa relatou que sente coceira no corpo e queda de cabelo. “Eu tomo remédio direto para essa alergia que me deu desde que vim morar aqui”, declarou.

Em 2017, a Agência Municipal de Regularização de Serviços Públicos (ARSETE) notificou a empresa que era responsável pelo abastecimento na época, a Agespisa. O laudo na época, expedido pela Agência de Vigilância Estadual, apontou indicadores de contaminação. Entre eles, coliformes fecais.

Segundo a Águas de Teresina, que assumiu o serviço, a água nos padrões de hoje passou por testes, o que assegura o consumo. “O controle nosso de qualidade é feito com analises sistemáticas do sistema de abastecimento. Especificamente nesses residenciais, o abastecimento é feito por poços”, explicou Alexandre Oliveira, gerente de qualidade da empresa.

“Dentro do que a gente tem de registro de controle de qualidade, inclusive acompanhado pelos órgãos fiscalizadores, é que essa água tem qualidade. Essa água é considerada potável, nós temos todo o controle de qualidade e nós monitoramos essa água diariamente”, completou.

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) afirmou que os testes feitos estão dentro dos parâmetros indicados pelo Ministério da Saúde, mas ressaltou que reagentes presentes na salinidade da água podem ocasionar alterações no organismo.

“De acordo com a reunião que irá acontecer entre o Procon, a concessionária e nós da vigilância, vamos estabelecer algumas medidas, como por exemplo a instalação de um filtro abrandador, que seria instalado no poço”, disse Raniere Carvalho, do Núcleo de Vigilância e Qualidade da Água da FMS.