A artista piauiense Maria da Inglaterra foi homenageada, nesta quinta-feira (11/08), em um projeto de “Coleção Afrofuturista na Periferia” idealizado pela Associação de Amigos da Arte e da Cultura do Piauí. A piauiense foi retratada em uma arte de dois metros de altura por três de largura na rua Correia do Couto, no Parque Ideal, na região do Grande Dirceu.

A designer responsável, conhecida como Mica, conversou com o Cidadeverde.com sobre o projeto e como pensou em homenagear Maria da Inglaterra no bairro onde mora. Para Mica, a história por trás de como Maria da Inglaterra começou a cantar foi o que a motivou a pensar nos elementos da arte.

“Quando pesquisei sobre ela, vi que se repetia uma história de quando ela começou a cantar. Ela dizia que um dia estava em casa e viu uma luz vermelha e que começou a ouvir vozes dizendo que era para ela cantar. Aquilo pareceu muito com história do interior sobre discos voadores. E, além disso, tem relação com o espiritual e o afrofuturismo tem isso também”, destacou Mica.

Na arte idealizada por Mica há elementos que representam a música mais famosa de Maria da Inglaterra e do Nordeste. “E como ela também tem o nome de uma rainha eu quis colocar essa coroa que também é uma estética do afrofuturista, que é a coisa da realeza africana”, acrescentou Mica.

Foto: Arquivo Cidadeverde.com 

Maria da Inglaterra

Personalidade popular e querida em todo o estado do Piauí, Maria da Inglaterra era muito considerada por seu talento e sabedoria no modo de viver. Em 1975, foi descoberta por Ricardo Cravo Albin, quando, em viagem pelo Brasil através do PAC – Plano de Ação Cultural do Ministério da Educação e Cultura – berço da futura FUNARTE, atraves do projeto História da Música Popular Basileira “De Chiquinha Gonzaga a Paulinho da Viola”.

Na ocasião, o pesquisador, impressionado com sua postura, que evocava ares de nobreza, a apelidou de Maria da Inglaterra, dando-lhe assim o nome artístico com o qual ficou conhecida por todos. Sua música penetra, inclusive, nas regões interiores próximas ao seu estado natal. Começou a cantar para o público aos 26 anos, tendo Luiz Gonzaga como ídolo.

Natural de Luzilândia, no interior do Piauí, Maria da Inglaterra é uma das maiores referências da música e do folclore piauiense e tem cerca de 2000 composições.

Maria da Inglaterra morreu aos 81 anos no dia 8 de maio de 2020. Ela estava internada há cinco dias no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e a causa da morte foi doença renal crônica aguda.

Projeto Coleção Afrofuturista 

A Associação de Amigos da Arte e da Cultura do Piauí iniciou um projeto de coleção afrofuturista na periferia de Teresina no dia 29 de maio. O projeto visa estampar muros com personalidades da cultura negra do estado. A primeira homenageada foi Francisca Trindade, seguida de Esperança Garcia.

“Ao final do projeto teremos criado sete murais. A gente seleciona um artista e a partir da ilustração dele a gente imprime e realiza a intervenção em lambe. Queremos levar a multidimensionalidade do movimento afrofuturista com arte urbana para as periferias”, ressaltou Antonio Filho, engenheiro civil e designer projetista do projeto.

Os próximos homenageados serão o Mestre Severo, Júlio Romão, Katia Tapety e Luzia Amelia, em locais ainda a serem definidos pela Associação.

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Divulgação / Afrofuturismo

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Fonte: Cidadeverde.com 

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