Um ano e quatro meses após o capitão da Polícia Militar Allisson Wattson ser apontado como autor do feminicídio da estudante de Direito Camila Abreu, o Pleno do Tribunal de Justiça do Piauí decidiu por unanimidade, em sessão na tarde desta segunda-feira (4), pela expulsão do acusado dos quadros da corporação.

Durante a sessão, o relator do processo, o desembargador José Francisco do Nascimento, fez um apanhado dos fatos apurados desde o início da investigação do assassinato da estudante, inclusive relatando a confissão do ex-capitão para a Polícia Civil, através da localização do corpo de Camila em um matagal localizado próximo à BR-343, na saída de Teresina. No seu voto, o relator decidiu pela perda do posto e patente do réu, alegando que a gravidade dos fatos relatados são incompatíveis com o uso da farda.

O voto do relator foi seguido pelos demais desembargadores presentes na sessão, entre eles o desembargador Brandão de Carvalho, que frisou que as acusações contra o ex-capitão são públicas e notórias. “Parece que temos policiais que não estão preparados para o manuseio de armas. Está faltando um exame mais apurado para que eles adentrem de maneira correta na carreira militar”, frisou.

A expulsão do ex-capitão Allisson Wattson havia sido requerida pelo Governo do Estado, através de sua Procuradoria. Além da Procuradoria, o governador Wellington Dias e a Corregedoria da Polícia Militar já haviam dado parecer favorável à exclusão do agora ex-militar dos quadros da corporação. No entanto, a perda de posto e patente de oficiais só podem ser determinada pelo Tribunal de Justiça e tribunais militares permanentes.

Para o pai de Camila Abreu, a decisão do TJ-PI,  o julgamento pode servir de exemplos para casos futuros de feminicídio no Estado. ” A Justiça foi feita, a sociedade inteira estava esperando por isso, tem que dar exemplo para os homens que estão pensando em fazer isso com suas mulheres e suas namoradas pensem duas vezes. Para nós, já é meio caminho andado, então nós agradecemos ao Tribunal de Justiça, estamos muito satisfeitos”, disse emocionado.

Já o advogado de defesa de Allisson Wattson, Pitágoras Veloso, questionou a decisão do pleno. “Ele foi injustiçado, não merecia e eu não esperava isso. Estou indignado com essa decisão, porque feriu todos os princípios”, disse.

O ex-capitão é acusado de matar e ocultar o corpo da estudante de Direito Camila Abreu. A vítima foi dada como desaparecida no dia 25 de outubro de 2017 e seu corpo só foi encontrado seis dias depois. Foi o capitão Alisson que informou à polícia onde estava o corpo e levou os investigadores até o local onde o corpo foi ocultado, no povoado Mucuim, nas proximidades da BR-343. O corpo foi abandonado pelo autor do crime dentro de um matagal de difícil acesso. Segundo  a Polícia Civil, Allisson Wattson teria atirado contra a jovem dentro do carro após uma discussão por causa de ciúmes.

Fonte Portalodia Por Nathalia Amaral

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