No primeiro discurso como governadora, Regina Sousa, garantiu que não irá mudar sua postura e anunciou as prioridades para os nove meses de governo. Regina adiantou que irá priorizar a área social no combate à pobreza e vai apostar na “Polícia Comunitária” para reduzir os índices de criminalidade no estado. Ela homenageou os petistas históricos que chama de “dinossauros” e disse que quer fazer ações pontuais, mas de impacto para os mais necessitados.

Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com 

Em seu primeiro ato como governadora, Regina Sousa entregou títulos de terras para uma associação de quebradeiras de coco, que atua nos município de Esperantina e São João do Arraial.

Foto: Renato Andrade / Cidadeverde.com 

A nova governadora também assinou a nomeação do secretário de Governo, Antônio Neto, que será responsável por articular a nomeação dos demais membros da futura equipe administrativa.

A edição de ontem do Diário Oficial do Estado traz a exoneração de nomes que ocupavam cargos no primeiro escalão e que devem entrar na disputa eleitoral do próximo mês de outubro, como Rafael Fonteles, que vai ser candidato a governador.

Regina deve começar a despachar no Palácio de Karnak ainda na tarde desta quinta-feira (31).

Em discurso, após ter recebido a transmissão do cargo, Regina Sousa revelou que atualmente já não se pergunta como ou porquê chegou ao cargo em que está ocupando. Ela disse ter consciência de que isso foi resultado de diversas lutas históricas que encampou ao longo do tempo.

“Fiz essa viagem para chegar. Hoje não me pergunto mais porque estou aqui. Primeiro sei que é por vontade de Deus e também pelas lutas história que encampei contra a Ditadura, pela reforma agrária, eleições direitas, trabalho emprego e renda, lutas não tão contemporâneas como o racismo, homofobia, violência contra as mulheres, insegurança alimentar”, disse.

Regina também falou sobre situações de racismo e machismo que passou enquanto ainda era senadora. Ela adiantou que já espera ouvir que “não tem cara de governadora”, assim como chegou a ouvir na época em que foi senadora.

Regina Sousa ainda pediu que não a cobrem para mudar a sua imagem pessoa ou jeito de ser.

“Não tem cara de governadora, vou ouvir muito isso, como ouvia como senadora. Não me cobrem elegância. Não combina com isso. Eu me enrolo toda vez que tenho que me arrumar para solenidade. Não me mandar dar um jeito no cabelo. Ele já está no jeito. Não, não iriei contratar um personal style. Continuarei a mesma”, acrescentou.

Para as ações que dará prosseguimento, Regina Sousa disse que quer construir um “Centro de cultura da paz” e vai implantar no Piauí sistemas de motopoliciamento e ciclopoliciamento é uma polícia comunitária. Ela também pretende entregar títulos de terra, promover o reflorestamento e vai reforçar projetos para saúde mental e combate à mortalidade materno infantil.

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Matéria original 

Em seu primeiro discurso como governadora do Piauí, Regina Sousa (PT) afirmou que o foco do seu mandato será o combate à pobreza. A nova chefe do executivo estadual disse aos deputados, na Assembleia Legislativa, que pretende dar continuidade as ações que já vinham sendo executadas no governo Wellington Dias, mas que vai colocar um olhar mais sensível sobre algumas pautas.

“Não estou assumindo um novo governo, é a finalização de uma gestão. Tem muita ação em andamento, espero poder conclui-las. Não há tempo para começar grandes obras. Para mim, grande obra é o que muda a vida das pessoas. Uma cisterna pode mudar a vida de uma família.  Posso dizer que o foco será a redução da pobreza. É a minha característica. Tudo aquilo que possa contribuir, como as cisternas, como poços, como tudo que se faz na agricultura familiar”, disse a governadora.

A professora, sindicalista e bancária, Regina Sousa (PT), foi empossada na manhã desta quinta-feira (31) no plenário da Assembleia Legislativa. A solenidade de posse teve início por volta das 9h30, com a leitura da mensagem de renúncia de Wellington Dias ao cargo.

Regina Sousa iniciou o discurso falando que ‘nem em sonhos’ imaginou que um dia chegaria ao cargo de governadora do Piauí. Ela também frisou que chegou ao cargo pela força do povo, uma vez que foi eleita na chapa junto de Wellington Dias.

“Nem nos meus sonhos imaginei chegar aqui, legitimado pelo voto, sim, não há eleição para vice, minha foto estava ao lado de meu companheiro Wellington Dias”, afirmou.

A petista relembrou a infância, da época em que trabalhou como quebradeira de coco e viveu com a família. Ela contou sobre episódio  ajudava a família, levando comida para Trabalhadores da roça e também da experiência que teve na escola.

“Estou aqui, uma mulher negra, de geração a geração, que já crescia com o destino traçado, nasciam marcados para repetir a mesma sorte do pai e da mãe. Acho que sou uma das poucas da minha geração que burlou esse destino”, acrescentou.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

Regina Sousa voltou a dizer para que não procurem o perfil de Wellington Dias nela. A petista afirmou que, assim como o ex-governador, é uma pessoa única com os próprios pontos de vista e opiniões. Ela também falou sobre o machismo que constantemente sofre sendo uma mulher ocupando uma posição de poder e revelou que não agirá como uma “rainha da Inglaterra”.

“Colocando um tijolinho na construção e melhoramento do estado. Assumo com justiça social e honra a Deus. Não procurem Wellington Dias em mim, ele é único. Tem o seu jeito de ser, que todo mundo abraça e gosta. Eu também sou única, mas um pouco o oposto a ele em muitas coisas. Tivemos divergências, mas sempre superadas com uma boa conversa entre amigos. Não vai ter tutela, não serei rainha da Inglaterra, como insinuam alguns, expressando o seu machismo, como um homem que será guiado por uma mulher para exercer um cargo público”, complementou.

Em uma fala direcionada aos deputados estaduais, a governadora empossada pediu também compreensão com o seu jeito de ser, que conforme ela mesmo classificou é “sério”. Mas ela também reforçou a capacidade que tem para dialogar.

“Espero compreensão ao meu jeito de ser. Pareço zangada, mas não sou. Sisuda, sim. Reservada, não gosto de badalação, discursos curtos e gosto de estar sozinha, mas sem diálogo não teria feito a travessia que fiz se não o soubesse fazer. Sou uma idosa, tenho 72, não dá mais para mudar meu jeito de ser”, destacou.

Por: Paula Sampaio e Natanael Souza
Fonte: Cidadeverde.com 

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