A saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL vai estremecer a relação do governo com o Congresso. A análise é do cientista político ouvido pelo O DIA Márcio Carlomagno, que afirma que essa deve ser a principal consequência da atitude de Bolsonaro.  O presidente da república anunciou que vai deixar o partido para criar uma nova sigla, o Aliança pelo Brasil.

“Vai ter uma consequência indireta uma vez que fragiliza a relação do presidente com o Congresso. Isso fragiliza a coalizão com o legislativo e com isso o governo vai ter mais dificuldade de aprovar seus projetos. Uma vez tendo mais dificuldade para aprovar seus projetos, isso pode ter consequência para a economia”, avalia.

Para o especialista, a relação de Bolsonaro com o PSL desde o início foi somente para cumprir as exigências da legislação eleitoral, que obriga a filiação partidária para quem concorre a cargos políticos. O fundo partidário entorno de R$ 500 milhões que o PSL deve receber em 2020 é apontado também como um dos motivos que causou a divergência entre a ala do presidente da sigla Luciano Bivar e de Jair Bolsonaro.

O cientista político afirma que PSL tem o agrande desafio de sobreviver sem Bolsonaro (Foto: Elias Fontinele / O DIA )

Começar um partido do zero, no entanto, parece não ser um obstáculo para o presidente da república. Márcio Carlomagno destaca a influência de Bolsonaro no crescimento do PSL, uma sigla que saiu de um deputado federal para uma bancada com 53 membros na Câmara Federal.

“O PSL nunca foi de grande expressão. O partido tornou-se o que se tornou por causa do Bolsonaro. O que será do partido com muito dinheiro, mas sem a base de apoio do bolsonarismo?”, questiona. Aliados defendem que pelos 30 de deputados acompanhem o presidente para o Aliança pelo Brasil.

Márcio Carlomagno acredita que o discurso utilizado pelo presidente na campanha eleitoral de 2018 deva ser retomado para a criação do novo partido. “Ele se elegeu com o discurso de que é contra os políticos, ‘sou eu contra eles’. Agora, voltando a estar em um partido nanico, sem tempo de televisão, sem recursos financeiro, provavelmente vai retornar esse discurso de o indivíduo sozinho contra o sistema”.

Esse vai ser o nono partido político que Jair Bolsonaro faz parte desde que iniciou como vereador do Rio de Janeiro em 1989. O presidente já foi filiado ao PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL.

Fonte: Portalodia.com / Por: Otávio Neto

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