A Polícia Civil do Piauí resgatou 20 cães e 3 gatos por suspeita de maus-tratos em um abrigo de animais de Teresina na terça-feira (21). De acordo com a Gerência de Zoonoses, pelo menos 15 cachorros foram diagnosticados com calazar. Protetores de animais da capital tentam melhorias no abrigo e querem de volta os animais, para que sejam tratados em vez de sacrificados.

A delegada Edenilza Viana, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, informou que a denúncia foi realizada pelo Conselho de Proteção e Defesa dos Animais da OAB Piauí. Então, no início desse ano, foi aberto um inquérito para investigar o caso.

“Nós recebemos a denúncia do Conselho de Proteção dos Animais da OAB Piauí. Elas fizeram algumas visitas no local durante esse período e nós também realizamos algumas visitas. A nossa equipe verificou a procedência dessa denúncia e, por isso, nesse ano nós instauramos um procedimento de investigação”, comentou.

A delegada informou que foi confirmado que os animais se encontravam em um espaço insalubre, que não apresentava uma estrutura necessária e que estavam sem água e sem alimentação adequada. Após o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os animais foram levados para a Gerência de Zoonoses.

Protetores tentam melhorias para abrigar animais

G1 procurou a protetora de animais independente Raíssa Rocha, que está acompanhando o caso ao lado da dona do abrigo. Ela relatou que tudo começou quando foi pedida a ajuda do Conselho de Proteção e Defesa dos Animais da OAB Piauí para que o abrigo melhorasse.

“Nós pedimos para que fosse feita uma capacitação para que ela ficasse de forma adequada em relação ao abrigo. A comissão catalogou os animais, ajudou e passou o que ela deveria fazer. Nesse período, ela iniciou uma reforma, fez campanhas para arrecadar dinheiro e o número de animais foi crescendo. Em vez de tentar ajudar o abrigo e a melhoria dos animais, se voltaram contra ela”, afirmou.

Pelo menos 15 cachorros estão com calazar — Foto: Divulgação /Polícia Civil

Pelo menos 15 cachorros estão com calazar — Foto: Divulgação /Polícia Civil

Raíssa também contou que duas pessoas já foram até a Gerência de Zoonoses para se responsabilizar pelos animais, mas o pedido foi negado.

“Os animais estão na Gerência de Zoonoses. Duas pessoas já foram lá se responsabilizar por eles, mas foi negada a retirada, porque provavelmente serão sacrificados. Eles não aceitam que o tratamento seja feito com o alopurinol[medicamento usado no tratamento do calazar em animais] quando todas as clínicas passam esse tratamento”, relatou.

A gerente de Zoonoses, Oriana Bezerra, destacou todas as medidas de saneamento serão tomadas e ainda disse que as pessoas que moram perto do abrigo correm risco de saúde com os animais no local.

“Nenhum manejo é adequado quando for juntar animal doente com animal sadio. Os animais aqui, nenhum sairá pra nenhum outro procedimento sem ordem judicial. Além disso, todas as medidas necessárias para o saneamento serão feitos. O animal não se cura, ele continua infectante e nem todo animal reconhece o tratamento, por ser bastante agressivo para o organismo. Fora que as pessoas que moram no entorno do abrigo que possui 15 animais com calazar podem ser infectadas”, finalizou.

Fonte: Portalodia.com

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