Uma pesquisa realizada entre professores e alunos da Universidade Federal do Piauí (UFPI) apontou uma avaliação bastante positiva do ensino remoto adotado na retomada das atividades docentes de graduação, em novembro. Em regra, os dois segmentos avaliam que houve bom desenvolvimento das atividades, com satisfatória transmissão de conteúdo e elevado retorno dessa nova dinâmica adotada em razão da pandemia do novo coronavírus, que obrigou o distanciamento social – mesmo havendo um certo desconforto entre alunos.
Para se ter uma ideia, quase quatro quintos (79,2%) dos alunos que participaram da pesquisa avaliaram como “Bom” ou “Muito bom” o nível de participação nas aulas e nas atividades de ensino. No final do período encerrado na semana passada, um amplo questionário foi aplicado aos professores e alunos, através do sistema acadêmico da UFPI. No total, 6.793 alunos (34,1% dos matriculados no período) responderam aos questionários. Entre os professores, foram 718, ou 39,9% do total.
Para a professora Ana Beatriz, da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), a pesquisa é importante para a UFPI saber exatamente a receptividade das ações. Segundo ela, esse tipo de informação ajuda a Universidade a organizar suas atividades. Os resultados da pesquisa foram apresentados aos diretores dos Centros de estudo, e serão utilizados para a formatação do novo período, programado para o próximo mês.
Foto: ufpi.br
Números da avaliação
Entre os alunos, 49,4% consideraram a experiência de ensino remoto Boa (26,6%) e Muito boa (22,8%), número que se soma aos 27,4% que consideraram Regular. A avaliação negativa é de 23,4%, soma de Ruim (11,9%) e Muito ruim (11,5%). Outros índices são ainda mais positivos. Ao avaliarem a própria competência no uso de novas tecnologias, Bom e Muito bom somam quase dois terços (63,6%); com Ruim e Muito Ruim chegam apenas a 13%. Os estudantes avaliam muito positivamente o desempenho dos professores, também com mais de 60% de Bom e Muito Bom.
Entre os docentes, repete-se a percepção positiva. A pesquisa realizada pela PREG mostra que apenas 11,6% dos professores apontam como Ruim ou Muito Ruim o ambiente on-line de aprendizagem. É ainda menor o percentual dos que mostram dificuldades com as novas tecnologias: só 5,3% para os índices de Ruim e Muito Ruim, enquanto 76,5% avaliam como Bom ou Muito bom. Vale observar, a UFPI – através do Centro de Educação a Distância – promoveu ampla qualificação dos seus docentes.
Ainda na avaliação entre os professores, a interação com os alunos aparece com elevado índice positivo (71,6% para Bom e Muito bom). Do mesmo modo, a autoavaliação é bastante alta, com 78,5% professores apontando seu desempenho como Bom ou Muito bom. Só 3,6% avaliam o desempenho como Ruim ou Muito ruim.
Muito trancamento
A avaliação positiva não esconde alguns aspectos que devem ser considerados, conforme Leomá Matos, do Departamento de Administração Acadêmica, ligado à PREG. Ele aponta, por exemplo, o alto índice de alunos que trancaram disciplinas. Ele também aponta para uma das respostas dos alunos, a que diz respeito à própria experiência do ensino remoto (com 23,4% de avaliação Ruim ou Muito ruim).
Segundo Leomá, o modelo é visto como eficiente, mas há um desconforto entre uma parcela dos estudantes que participaram do período. Além disso, observa que cerca de mil alunos trancaram disciplinas, dado que deve ser analisado com o devido cuidado. “A pesquisa é importante porque agrega elementos à discussão sobre o melhor caminho que devemos seguir”, afirma.
Fonte: Cidadeverde.com