Mais uma morte de detento por consequências do surto de leptospirose na Cadeia Pública de Altos, à exemplo dos outros três, Robert Ozeas apresentou sintomas mais graves da doença, como insuficiência respiratória, complicações neurológicas, paralisia de membros inferiores e superiores. Ele era um dos 14 pacientes internados nos últimos dias, no HUT. A denúncia do surto foi feita no início de maio, por entidades dos direitos humanos, como o Núcleo de Averiguação de Tortura (NANT) do Tribunal de Justiça do Piauí. Apesar das denúncias, os detentos continuaram sem assistência médica.

Hoje, o Governo do Estado informou que “uma enfermaria foi instalada para o atendimento e acompanhamento dos internos e, aqueles que apresentam sintomas mais graves são transferidos para o Hospital da Polícia Militar (HPMPI) ou para o Hospital Getúlio Vargas (HGV)”. o governo também informou que  o uma ala de 20 leitos, está sendo organizada para o tratamento  dos detentos no Hospital Getúlio Vargas. Em meio à pandemia do novo coronavírus, o surto de leptospirose representa um risco ao atendimento dos pacientes com a doença.

Foto: Divulgação

Atualmente, 23 detentos estão internados. “Estamos dando atenção especial para a situação. Desde a detecção dos casos todo o tratamento necessário está sendo oferecido. Na enfermaria da Cadeia de Altos temos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que estão fazendo o acompanhamento, tratamento e encaminhamento dos detentos. Todos estão sendo atendidos”, disse o secretário de Justiça, Carlos Edilson.

A advogada Lina Brandão, coordenadora do NANT, encaminhou ofício à Defensoria Pública do Estado solicitando informações sobre as medidas que teriam sido adotadas pela Sejus para o tratamento dos 48 detentos que foram infectados pela água contaminada, provavelmente por urina de ratos. Diz o trecho do documento: ” Diante disso, solicita esta coordenadora que o núcleo criminal da Defensoria Pública Estadual, que encaminhe todos os procedimentos que foram adotados até a presente data, com relação ao caso citado alhures, como lista de internos doentes, listas de internos internados e lista dos internos cujo a Defensoria Pública está atuando em processos (caso possuam). Requer, também, que a DPE/PI encaminhe a este núcleo um relatório dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos e encaminhamentos dados, a fim de que este núcleo possa colaborar, na averiguação de notícias de tortura, maus tratos e intoxicação dos internos”

Lina Brandão também pede que o Sindicato dos Agentes Penitenciários disponibilize as denúndias feitas pela entidade, que dão conta da possibilidade de contaminação da água que é utilizada pelos detentos da Cadeia Pública. “Sabe-se que este sindicato vem colaborando e denunciando os problemas enfrentados na CPA, por intermédio de seu Presidente, inclusive expondo o caso recente da formação de lagoas com dejetos, por trás da CPA e Major Cesar, o que poderia ser a causa da intoxicação. Diante da situação agravada no dia de 24 de maio de 2020, com mais 1 (uma) morte de detento oriundo da CPA, vem este núcleo, SOLICITAR, que o Sindicato disponibilize cópias dos ofícios ou as denuncias por este encaminhado aos órgãos do governo, com fito de ser acompanhado por este núcleo. Aproveito o ensejo para SOLICITAR, relação com os nomes dos detentos doentes e hospitais, respectivamente”.

Fonte: Meionorte.com
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