O Piauí aumentou em 47,9% as taxas de homicídios no período de 10 anos, entre 2012 e 2022, segundo dados divulgados pelo Fórum Nacional de Segurança Pública o Atlas da Violência 2024.

Em 10 anos, os maiores aumentos na taxa de homicídio no país foram nos estados do Piauí (47,9%), Amapá (15,4%) e Roraima (14,5%). No caso do estado piauiense, o Atlas informou que foram 525 assassinatos em 2012, enquanto em 2022 foram 794.

Apenas dois estados também tiveram aumento na violência nesse período, Piauí (25,5%) e Rondônia (2,8%).

Segundo a pesquisa, a atuação de facções criminosas e do narcotráfico tem contribuído para esse aumento nos homicídios e da violência. Os estados que se destacaram na redução foram o Distrito Federal reduziu a mortalidade violenta em 67,4%, seguido por São Paulo (-55,3%) e Goiás (-47,7%), onde foram implementadas ações contra as facções.

Foto: Reprodução redes sociais / Crédito do autor

Violência contra a infância e juventude

Analisando ainda esse período de 10 anos, a taxa de homicídios registrados a cada 100 mil jovens, de 15 a 29 anos, no estado piauiense também teve um resultado negativo, com um aumento chegando a 64,6%.

“Quando analisamos a variação entre 2017 e 2022, 25 UFs lograram reduzir essa violência. O destaque negativo ficou para o estado do Piauí, onde houve um incremento de 29,0% no indicador”, diz a pesquisa.

Em 2012 o Atlas afirma que foram 269 homicídios, enquanto em 2022 foram 385.

“No contexto brasileiro, os 321.466 homicídios de jovens ocorridos entre 2012 e 2022 resultaram em uma perda de 15.220.914 anos potenciais de vida. Os acidentes, como a segunda causa mais frequente de mortes entre os jovens, foram responsáveis por 7.590.042 anos potenciais de vida perdidos, enquanto os suicídios totalizaram 1.755.158 anos potenciais de vida perdidos. Isso significa que os homicídios retiraram aproximadamente o dobro de APVPs [Anos Potenciais de Vida Perdidos] em relação aos acidentes e cerca de 8,6 vezes mais APVPs do que os suicídios. No caso de homicídios entre jovens, a idade de vinte anos foi a que registrou o maior número de APVPs, totalizando 1.345.113 anos perdidos, indicando que os jovens no início da juventude suportam o maior fardo da violência”, diz o levantamento.

A Secretaria de Segurança Pública informou que não irá comentar os dados divulgados pelo Atlas da Violência 2024.

Os dados

A pesquisa do Atlas da Violência 2024, fez mudanças nas fontes de dados populacionais, utilizadas para os cálculos das taxas de homicídio por 100 mil habitantes.Foram utilizadas as populações estimadas com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADc) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todo o período analisado (2012 a 2022).

Neste Atlas da Violência 2024, como realizado nas últimas edições, buscou-se retratar a violência no Brasil principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde.

Fonte: Cidadeverde.com / Por: Bárbara Rodrigues

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