O advogado Evilásio Rodrigues de Oliveira Corte  foi preso, mais uma vez, pela acusação de fraude em concurso público no Piauí. O coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), delegado Carlos César Camelo, explica que o suspeito foi preso preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado. 

Evilásio Rodrigues e pelo menos 19 pessoas foram presos durante a operação Vigiles, deflagrada na manhã desta quinta-feira (17). A ação policial apura fraude no concurso do Corpo de Bombeiros do Piauí, ocorrido em 2014.

Anteriormente, o advogado já havia sido preso em março (operação Véritas, que investigou fraude no concurso do TJ-PI), e em setembro (operação que investigou fraude no concurso de agente penitenciário).

“Na operação Véritas foi decretada a prisão preventiva desse advogado, que foi liberado posteriormente durante o processo criminal. Depois, ele foi preso novamente por fraude ao concurso de agente penitenciário e agora pela terceira vez foi preso por fraude no concurso do Corpo de Bombeiros, que ocorreu antes desses outros dois certames. Agora, o mandado é preventivo pelos antecedentes dele, o modus operandi já bem claro. Esse tipo de prisão não tem prazo e ele ficará preso até ua posterior alvará de soltura ou qualquer outra decisão judicial”, disse Carlos César.

Além do advogado, foram presos alunos do curso de formação dos bombeiros e universitários. Até o momento, não foi constatada a participação de agente público.

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“Esse advogado e alguns candidatos também foram presos na operação Véritas. A grande maioria, cerca de 30, dos investigados são alunos do curso de formação; outros ainda estavam classificados e seriam chamados para um curso de formação posterior”, reitera.

O coordenador do Greco explica que o esquema fraudulento era similar ao que ocorreu no concurso do TJ-PI.

“Eles (fraudadores) não tinham acesso ao gabarito oficial da organizadora e colocam pessoas, os chamados ‘pilotos’, para fazerem as provas. Eles saem antes do horário de encerramento da prova e passam esses gabaritos via  telefone celular. É muito parecido com a fraude descoberta no concurso do TJ-PI e no Enem”, disse o delegado.

De acordo com a Polícia Civil, os ‘pilotos’ são geralmente universitários ou concurseiros com bons resultados em outros certames.

“Não é um ‘piloto’ só. Eles colocam dois, três, quatro…Por exemplo, um expert em Português e Gramática; outro em Direito… Enfim, vão pegando pessoas com bom conhecimento em áreas específicas”, esclarece.

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Organização criminosa perigosa

Carlos César explica ainda que está sendo realizado um levantamento de quanto cada candidato pagaria pela obtenção do gabarito. A Polícia Civil suspeita que, assim como ocorreu na fraude do TJ, o candidato repassaria a quantia acertada após a nomeação.

“Muitas vezes, esses candidatos não têm dinheiro e uma vez aprovados em concurso público e nomeados, passariam a ganhar um salário bom. Desta forma, essa organização criminosa é muito mais perigosa do que se cobrasse o pagamento antecipadamente, pois os futuros servidores públicos ficam nas mãos da quadrilha. Então imagina, você ter vários integrantes do Corpo de Bombeiros e servidores do TJ, por exemplo, devedores da quadrilha. Esses pagamentos podem perdurar por muitos anos”, disse Camelo.

O delegado acrescenta ainda que parte do pagamento deveria ser efetivado após a nomeação.

“Tem indivíduos que receberam o gabarito sem dar nenhum centavo antecipado; outros podem ter pago quantias pequenas e isso é mais perigoso para o serviço público do que uma organização criminosa que cobre, por exemplo, R$ 10, R$ 20 mil ou R$ 50 mil, e o indivíduo paga e se livra do grupo”, finaliza Carlos César Camelo.

Fonte: e fotos Wilson Filho/ Cidadeverde.com

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