Geovane Silva, marido de Elis Jade do Nascimento, 28 anos, grávida que morreu vítima da Covid-19, afirmou nesta terça-feira (4) ao Cidadeverde.com que não acredita que a mulher teve  uma piora no quadro de saúde após saber da morte da mãe.

“A Elis sabia da real situação da mãe, ela sabia de tudo, estávamos juntos dela. Quando soube da morte da mãe, ela se abalou, se emocionou, mas não piorou por causa disso. O pulmão dela já estava bem afetado comprometendo sua saúde. Ela se preocupava com a melhora do nosso filho e cuidava para isso”, disse Geovane.

Ele esclarece que Elis não soube da morte da mãe pela rede social. Geovane garante que foi ele que contou. “Eu quem disse, eu consolei ela”.

Abalado, o marido conta que está sofrendo muito. “Ela era uma mulher abençoada por Deus. Estamos sofrendo muito sua perca”.

Elis Jade estava internada há 1 mês e 14 dias na maternidade Dona Evangelina Rosa.

Além da mãe, que morreu no dia 20 de junho, Elis Jade já tinha perdido a avó paterna, recentemente.

No último domingo (2), por volta das 14h30, Elis Jade morreu. O obstetra Arimatéa Santos Júnior informou que a paciente evoluiu para um quadro grave da doença, teve que usar ventilação mecânica e fazer a traqueostomia. Segundo o médico, o bebê morreu devido as complicações decorrente da doença da mãe.

“O bebê estava com 24 semanas em um grau de prematuridade extrema e foi a óbito devido a gravidade da mãe. Não tinha como fazer uma cesariana, pois o bebê não conseguiria viver fora da barriga da mãe. Foi feito o parto induzido para expelir o feto para ela continuar o tratamento, mas não suportou e veio a óbito”, informou o médico.

A morte da gestante comoveu a equipe da maternidade, que sabia que a paciente recentemente perdeu dois familiares. Elis Jade chegou a escrever um bilhete pedindo que rezassem por ela. “A luta é grande, só Deus sabe o que passa, orem pela minha alta”, dizia na mensagem.

Elis Jade estudava pedagogia e trabalhava como auxiliar em uma escola pública. Ela deixa o marido e uma filha de 7 anos.

Foto: arquivo pessoal

Familiares de Elis Jade publicaram uma mensagem de agradecimento. Leia abaixo:

Dizem que os Anjos não existem. Para Deus e Ciência, sempre acreditei em Anjos. Aos 10, 15, 20, 30, 40, 50, 57 anos continuo acreditando.  Anjos existem. Que prova mais concreta eu poderia merecer? Por mais de 40 dias Anjos cuidaram zelaram, selaram vigília ininterrupta a alguém a quem anjos cuidam. De luz de presença de fé de esperança de práxis acadêmica medicina enfermagem ciência em saúde e humanidade, presente!
Um amor de gente, feito a gente, os anjos velaram da saúde e laços solidários foram corrente de vida em mais esperança.
Elis Jade do Nascimento não poderia deter maiores ou melhores cuidados gerados por equipes da saúde da Maternidade “Dona Evangelina Rosa”.
Incansáveis, determinados, focados, entrelaçados à arte da profissão em saúde pública e, a contexto, voltados à vida da nossa Jade e seu bebê João Miguel.
Quis o destino e as forças do universo que nossa Jade e João voltassem ao seio primordial…
Sim, Anjos existem. Sejam mentores, curadores, guias, Anjos que determinam Anjos que salvam vidas quando a natureza não diz que é hora de partir. Mas quando diz não, quer também dizer sim, às vezes do poeta.
Muito obrigado aos médicos enfermeiros técnicos assistentes sociais, toda a linha de identidade de Saúde Pública da “Evagelina Rosa”, a toda a linha de frente do combate ao Covid 19 do dígito ano 20 desse nosso século 21 da graça de nosso senhor.
Chegamos e partimos e Anjos nos guardam sempre.
Obrigado, em total gratidão, aos Anjos que cuidaram zelaram lutaram por nossa Jade e João Miguel [esse Anjo com nome de Santo e da graça de Archanjo].
Muito obrigado aos que sempre cuidam, enquanto Deus lhes cuida e guarda.
Nosso muito obrigado!

Fonte: Cidadeverde.com

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