O ataque que deixou ao menos oito mortos na escola estadual Professor Raul Brasil nesta quarta-feira (13) em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, vitimou cinco alunos, duas funcionárias e um empresário. 

Os alunos foram identificados como Pablo Rodrigues, Cleiton Antonio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquiades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino.

Também morreram no ataque Marilena Ferreira Umezu, coordenadora pedagógica, e Eliana Regina de Oliveira Xavier, inspetora de ensino.

O empresário Jorge Antonio Moraes, proprietário de uma revendedora de carros, era tio de Guilherme Taucci Monteiro, 17, um dos atiradores. Ele foi baleado em sua loja, que fica próxima à escola, pouco antes do ataque.

O professor de história Robson Belchior, tio do estudante Douglas Murilo Celestino, diz que o adolescente morreu com um tiro na cabeça. O corpo estava no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes.

Segundo Robson, Douglas era um adolescente tranquilo. “Um moleque alegre, gente boa, participava muito da escola”.

O filho da funcionária pública Luzia Bárbara, 45, sobreviveu ao ataque pulando o muro. O menino era muito amigo de Douglas. “Ele vivia lá em casa, jogando vídeo game, bola, andando de bicicleta”, conta ela, que foi ao hospital saber notícias de Douglas. “Ele era uma excelente pessoa, ia para a igreja todo domingo”.

O marido de Luzia, o corretor de imóveis José Roberto Oliveira Santos, 49, reforça que Douglas era um jovem “muito família”. O casal diz que o filho e Douglas queriam mudar de escola –”lá é muita bagunça” –  mas não conseguiram vaga em outro local.

Um estudante de 16 anos, amigo de Douglas, também sobreviveu ao ataque. “A gente estava jogando truco, ouvimos os tiros e corremos, mas não quando ele foi atingido”, conta o adolescente, que pediu para não se identificar. Ele diz que Douglas tentou ajudar uma amiga e ex-namorada que foi ferida. “Ele era muito calmo, tranquilo. Sentava do meu lado na sala”, lembra o adolescente.

Outro amigo e primo de Douglas, Luiz Amaral, 17, conta que ia se matricular na escola hoje, mas acabou não podendo ir ao colégio. “Eu ia levar meus documentos, mas como estava fazendo a mudança, acabei não indo”, diz.

Segundo os amigos, Douglas gostava de andar de skate, de jogar futebol e era ótimo desenhista. “Ele era corintiano roxo. Estava me ensinando a andar de skate”, afirma Luiz.

Outro adolescente, Cleiton, 17, era conhecido por ser o mais focado nos livros entre os 30 alunos da turma A do 3 ano do ensino médio da Raul Brasil.
Segundo os amigos, o estudante sonhava em passar de primeira no vestibular. Era tão quieto que nem falava qual curso ou universidade pretendia entrar.

Igor Ribeiro, 16, viu os últimos minutos de vida do amigo Cleiton. Assim que ouviram os disparos, correram pelo pátio e, na tentativa de se esconderem no prédio do centro de línguas, um tiro atingiu Cleiton.

“Não conseguimos entrar no centro de línguas porque o portão estava fechado. Foi aí que o meu amigo morreu atingido por dois disparos”, relata Igor, que saiu ileso ao pular o muro do colégio. “Eu não sei o que vai ser daqui para frente. Como voltaremos para essa escola?”.

Marilena Umezu, 59, era coordenadora pedagógica da escola. Nas palavras de Álvaro Dias, que deu aulas no colégio até o ano passado, ela era uma espécie de meio de campo entre a direção e os professores. “Todos os professores gostavam muito dela, porque era o nosso ponto de apoio”, lembra.

Em 19 de janeiro, Marilena postou em uma rede social uma publicação contra a facilitação do acesso a armas no país. “Somos a favor do porte de livros, pois a melhor arma para salvar o cidadão é a educação”, dizia o texto.

Fonte: Cidadeverde.com por Folhapress 

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