Há poucos dias de mais um feriado prolongado (Páscoa ou popularmente “Semana Santa”), é comum as pessoas deixarem suas residências e procurarem os mais variados destinos: praias, fazendas, pequenas localidades no interior, etc.
Porém, o problema reside na superexposição à que grande parte das pessoas estão “sujeitas”, o qual é fruto da era digital em que estamos submersos; aí é onde mora o perigo. “As pessoas gostam de se relacionar e de contar aspectos de sua vida particular às outras e a web potencializou esse comportamento”, afirma Fernanda Pascale Leonardi, especialista em direito digital. “Os brasileiros têm o hábito de se expor, de dizer que vão viajar, de contar o que compraram, mas é preciso entender que na internet há um nível insuficiente de privacidade.”
“O ser humano criou a necessidade de se expor em um grupo virtual. É possível criar fantasias nesse mundo e uma imagem daquilo que gostaríamos de ser”, diz Ana Luiza Mano, psicóloga do núcleo de pesquisa de psicologia em informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
A sociedade vive um momento de supervalorização do “eu”. “As pessoas constroem a personalidade de forma a ter mais visibilidade, é uma maneira de se transmitir para o mundo”, diz Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da SaferNet Brasil. E isso ocorre de forma instantânea. Uma vez publicado, um post pode receber imediatamente curtidas ou comentários. A celeridade na reação dos amigos é um dos fatores que trazem bem-estar. Se o grupo se comportar com indiferença, o internauta tende a se sentir um fracassado. “Temos percebido uma ansiedade e um imediatismo muito grande”, diz a psicóloga Ana Luiza. “Motivadas pelas redes sociais, as pessoas desejam ter uma resposta muito rápida e quando isso não acontece acabam passando por um processo de frustração.”
Ao viajarem durante o feriado, as pessoas devem seguir algumas recomendações básicas, à exemplo de deixar uma pessoa de confiança ou vizinho de olho na residência, fechar portas e janelas, não colocar cadeado na parte externa da casa; desligar a rede de água, deixar um cão de guarda na parte interna, além de evitar que as luzes externas fiquem apagadas à noite. Recomenda-se também que as pessoas evitem postar nas redes sociais que vão viajar. Hoje virou moda postar tudo o que a pessoa faz, mas isso é um risco. Da mesma forma que os amigos estão observando, a bandidagem também está de olho”, recomenda a PM.
Fonte: Revista Isto É; cidadeverde.com; Polícia Militar
