A chamada “Chapinha”, que ficou ferida de morte após a decisão do PR de não mais participar da articulação, pode sofrer o tiro de misericórdia nos próximos dias. Isto porque o Podemos do deputado federal Silas Freire deve anunciar em breve que também está fora. A decisão está diretamente vinculada à viabilidade eleitoral da Chapinha, uma aliança governista alternativa para a eleição proporcional.

Deputado Silas Freire: pronto para deixar a Chapinha e disputar vaga na Câmara pela grande coligação de partidos governistas

Iniciativa do presidente do PTC, deputado Evaldo Gomes, a Chapinha apareceu no cenário político como uma segunda coligação dentro da base do governo para disputar vagas na Assembleia e na Câmara Federal. A ideia é simples e já largamente utilizada com sucesso, inclusive pelo próprio Evaldo na disputa por cadeiras na Assembleia, em 2010 e 2014: une pequenos partidos e cria as condições para eleição de candidatos que, nas alianças com as grandes siglas, não teriam chances.

A articulação incluía PTC, PR, Podemos, PCdoB, PHS e outas siglas. E apresentou o ousado propósito de eleger dois deputados federais. Para isso, reuniu um leque de candidatos com potencial importante de votos: Marcos Vinicius (PTC), Silas Freire (Podemos), Fabio Abreu (PR), Cida Santiago (PHS) e Osmar Júnior (PCdoB). Sonhava-se, ainda, com o PRB e a candidatura de Gessivaldo Isaias – esta atropelada pela decisão nacional de entregar a sigla ao deputado Rodrigo Junior.

O cálculo era que esse time poderia ter algo em torno de 250 mil votos, com possibilidade real de eleger dois deputados federais. O afastamento do PRB – que com Rodrigo vai para a oposição – representou um baque. Também não se tem certeza na candidatura de Osmar Júnior. Mas a articulação ficou mesmo em estado crítico com a saída do PR de Fábio Abreu. Sem os votos das duas siglas, o risco é que a Chapinha sequer alcance o quociente eleitoral que garanta uma única vaga.

O cálculo de pessoas próximas a Silas Freire é que a Chapinha sem o Fabio Abreu e Osmar Júnior se resumirá a uma guerra aberta entre Silas e Marcos Vinícius para saber quem ficará em primeiro lugar. Além disso, há senões no caminho da candidatura do representante do PTC, o que pode tornar real uma situação nada confortável para Silas: ele até 80 mil votos e a aliança não atingir o quociente. Aí, nem eleição e nem mesmo suplência.

Nesse quadro, o Podemos tende a deixar a Chapinha de lado e fazer como o PR: vai disputar vagas na Câmara Federal dentro da grande coligação dos partidos governistas, junto com PT, PP, MDB, PSD e PTB. Outra briga de foice. Mas com a certeza de, pelo menos, ficar numa boa suplência.

Wellington tentou manter PRB no governo, mas sigla é de Rodrigo


Wellington Dias e Gessivaldo Isaias: governador deve perder em breve a aliança formal com o secretário

O governador Wellington Dias (PT) bem que tentou manter o PRB dentro do governo. Mas não conseguiu. A sigla vai mesmo para o controle do deputado federal Rodrigo Martins, que agora em março oficializa a saída do PSB. Ao assumir os rumos do PRB, Rodrigo leva o partido para a oposição, criando uma situação embaraçosa para o deputado estadual Gessivaldo Isaias, que é aliado de Wellington, inclusive ocupando a secretaria de Trabalho e Empreendedorismo.

Wellington chegou a aproveitar uma de suas idas a Brasília para conversar diretamente com representantes do PRB no Congresso. Esteve, por exemplo, com o deputado federal Celso Russomano. Queria saber a possibilidade da sigla se manter na base governista e sob o controle dos seus aliados. Ouviu um rotundo “esqueça”, acompanhado da explicação política: a direção do PRB já se comprometeu com Rodrigo Martins.

Ao se filiar ao PRB, Rodrigo pode até assumir a presidência, se quiser. Provavelmente vai sugerir que Gessivaldo siga presidindo o partido no Piauí (sugestão que talvez seja recusada). Mas o deputado federal não vai abrir mão de administrar o Fundo Partidário. É isso que dá poder.

Os esforços do governador Wellington Dias para ter o PRB em sua base eram guiados por duas razões. Primeiro, o tempo de TV: ter uma sigla na coligação é a garantia de mais tempo para sua aliança, com maior espaço para apresentação de um discurso sintonizado com sua própria candidatura. A outra (e principal) razão era a viabilização eleitoral da chamada Chapinha – articulação de pequenos partidos como PTC, PR, Podemos, PCdoB e PHS.

Não teve êxito. E agora a própria Chapinha corre sérios riscos.

Fonte: Cidadeverde.com por Fenelon Rocha

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