images (1)No princípio era o verbo e o verbo estava com Deus e era Deus. João 1.1 Entre a imagem e a metáfora, melhor a metáfora. As imagens vêm prontas, não possuem encanto, não desafiam a imaginação. A metáfora provoca transcendência. A narrativa abre janelas. Deus se desaloja do objeto para vivificar o alfabeto. Deus se faz poesia, insinua-se na prosa e é intuido na ficção. Ele transforma substantivos em verbos. Em seu reino, amor significa o que as palavras falham em alcançar. Perdão é melhor entendido em uma história de pai e filho. Uma explanação sobre a mecânica da graça, empobreceria o mistério do Eterno se fazer gente. Deus transcende a natureza. O divino mora além da concretude fria das coisas. Deus se transubstancia nos detalhes mínimos da criação Ele, inconcebível, se faz perceptível. Embora intangível, deixa-se intuir no imaginável. Apesar de invisível, permeia a realidade. Congelados em formas, os deuses ficam feios. Visualizados, perdem o encanto; explicados, apequenam-se. Só se conhece a Deus viajando ao mundo da ternura. Os sensíveis, mesmo quando não admitem, estão próximos dele. Deus coisificado não existe. Deus personificado não passa de projeção humana. Ele não é objeto passível de conhecimento, mas é vento que move as relações, os gestos solidários, o enfrentamento do mal, a luta pela justiça. Ele é espírito que se imiscui em corações. Ele é revelação que se ouve na escuta enamorada. O Verbo se fez carne para que os humanos parem de buscá-lo no além. Ele está entre nós. Quem transforma a palavra em versos e a indignação em justiça sabe, mesmo que não consiga explicar: o reino de Deus já chegou.

Ricardo  Gondim – Pastor Presidente da Igreja Betesda

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