Historicamente, o Piauí enfrenta problemas com a seca. Por ser um estado localizado na região do semiárido brasileiro, os índices pluviométricos são baixos. Esse tipo de reservatório começou a ser construído como forma de combate à seca, de modo a minimizar seus prejuízos. No Piauí, há 25 reservatórios administrados pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e monitorados pela Agência Nacional de Águas. Segundo dados do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR), dos 25 reservatórios, seis estão com volume abaixo de 30% e apenas dois com volume acima de 90%.

Um dos reservatórios com nível baixo, em estado crítico, é o açude Joana, em Pedro II. Segundo o sistema de monitoramento, o nível é de apenas 9.51%. José Fernando mora há 18 anos às margens do açude Joana, em Pedro II, e conta que chegou a fechar seu restaurante por causa da seca do açude, há alguns anos. Ele participou da construção da represa, onde trabalhou como operador de máquinas.

Foto: Eudes Martins

Além do açude Joana, outros reservatórios têm níveis baixos: Estreito, no município de Padre Marcos, tem 12,46% da sua capacidade no momento; Barreiras, em Fronteiras, está com apenas 1,87% da capacidade; em Cajazeiras, em Pio IX, o volume é de 2,64%; Piaus, em São Julião, conta com 14,87% do total e o açude Petrônio Portela, em São Raimundo Nonato, está com 22,5%.

Existe uma colônia de pescadores em Pedro II, da qual José Fernando já fez parte. “Os pescadores pescam em vários locais, no Poty, no rio Capivara e em outros açudes particulares. Muitos pescadores da colônia quando está um período ruim escapam assim”, conta.

O açude é abastecido, em grande parte, pela água da chuva. Segundo José Fernando, o reservatório “sangrou” apenas duas vezes desde que começou a operar, em 1996. A sangria ocorre quando o açude atinge a cota e transborda. No momento, apesar dos dados da ANA, seu José faz uma avaliação um pouco mais positiva do local.

“A ANA colocou 16 estacas e me procurou para fazer o monitoramento e eu não aceitei, porque muita gente danifica. Ainda tem uma estaca toda submersa. Acho que deve estar entre 15% e 16%. Está bastante baixo, só que pelo que tem de água não vai passar o sufoco do ano passado”, afirma.

Uma preocupação do morador é o estado de conservação do açude. Segundo ele, a estrutura tem sido depredada. Muitas pedras da parede do açude estão sendo retiradas. “As barragens que são construídas tem uma camada de pedras na parede. Elas são usadas para proteger o barro e não criar erosão. [As pessoas] tiram as pedras pra não molhar os pés durante a pescaria e não colocam no lugar. Hoje tiram uma pedra, amanhã outra. O problema é que a parede fica desprotegida”, explica.

Segundo o Monitor de Secas da ANA, no mês de julho surgiu uma área de seca no norte do estado, sendo esta de curto prazo. Já nas outras áreas do estado, onde a seca era apenas de longo prazo, passou a ser seca com impactos de curto e longo prazo, com expansão das áreas de seca moderada, da seca grave e seca extrema. No extremo norte do estado, permanece sem seca relativa. A expansão da seca ocorreu por causa dos baixos índices pluviométricos e altas temperaturas observadas ao longo do mês de julho, principalmente no centro e sul do estado.

Fonte: Portalodia.com Edição: Marco Vilarinho
Por:Ananda Oliveira e Eudes Martins

COMPARTILHAR

Comentários no Facebook

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui