O governo do Japão está preocupado: dezenas de idosos com mais de cem anos de idade estão desaparecidos. Quem informa é o correspondente Roberto Kovalick.

É a missão em todas as prefeituras japonesas: solucionar o mistério dos velhinhos desaparecidos.

Os funcionários ligam ou vão até as casas de todos que têm em torno de cem anos para saber se eles estão vivos.

A procura começou com um caso que chocou o Japão, o país que tem mais centenários no mundo, 41 mil, e se orgulha do respeito aos idosos.

Numa casa em Tóquio, morava o homem supostamente mais velho da capital, Sogen Kato, de 111 anos. A polícia descobriu o corpo dele mumificado no segundo andar. Tinha morrido há mais de 30 anos e nenhum vizinho se deu conta. Os parentes estão sendo investigados porque a aposentadoria continuava sendo paga.

Até agora, a polícia e as prefeituras não conseguiram localizar 70 centenários. Entre elas, a mulher mais velha de Tóquio, de 113 anos, que não foi encontrada em casa.

Em Osaka, a segunda cidade do país, a mulher mais velha de lá, de 119 anos, está sumida desde 2002.

O caso chegou ao parlamento e o primeiro-ministro, Naoto Kan, disse que a culpa é das relações entre os parentes, cada vez mais distantes. No Japão, de cada cinco pessoas com mais de 65 anos, uma vive sozinha.

“Eu me sinto só e abandonado. Não havia me dado conta do que poderia acontecer comigo”, disse um aposentado.

Para nós, brasileiros, é estranho ninguém perceber que um amigo ou conhecido desapareceu sem deixar rastros. No Japão, não perturbar os outros é algo sagrado. Ninguém bate à porta do vizinho para saber por que ele está sumido, seria uma invasão de privacidade.

Mas os japoneses se deram conta de que todo o exagero deve ser evitado, até no saudável hábito de não se intrometer na vida alheia.

 

 

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