O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), confirmou a indicação do senador Raimundo Lira (PMDB-PB) para presidir a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff no Senado. Antes com voto declarado a favor do afastamento da presidente, Lira disse que não vai se manifestar sobre seu voto.

Por ser a maior bancada da Casa e da comissão, o PMDB reivindica o posto. “O senador preenche todas as qualidades para um processo muito sério como este”, afirmou.

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Lira afirmou à Folha que vai agir com “absoluta imparcialidade” no caso de confirmação de sua escolha para presidir a comissão especial.O PMDB tem cinco vagas no colegiado. Além de Lira, também comporão a comissão pelo partido os senadores José Maranhão (PB), Waldemir Moka (MS), Simone Tebet (MS) e Rose de Freitas (ES). Os suplentes são: Hélio José (DF), Marta Suplicy (SP), Garibaldi Alves (RN), João Alberto (MA) e Dario Berger (SC).

O senador disse que, diante da indicação, não vai se manifestar a partir de agora sobre seu voto a respeito da admissibilidade do processo de afastamento da presidente. “Não posso presidir a comissão com um status de definição.”

Um dos principais interlocutores petistas no Senado, Lindbergh Farias (RJ) afirmou que o partido concorda com a indicação de Lira para a presidência da comissão especial. “Foi fruto da nossa pressão. É uma vitória”, afirmou.

O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), também concordou com a indicação de Eunício. “Tanto Raimundo quanto [Antonio] Anastasia (PSDB-MG) são senadores ponderados, tem temperança, o equilíbrio necessário para fazer julgamento que passe credibilidade”.

Eunício afirmou que caberia a ele, como líder da maior bancada, escolher entre a presidência ou a relatoria. Optou pelo primeiro cargo.

TRÂMITE

Embora ainda precise ser eleito na comissão, o que só ocorrerá na segunda-feira (25), em entrevista à imprensa, Lira disse que vai se reunir já nesta sexta (22) com técnicos do Senado para analisar os trâmites do colegiado.

“Começamos a trabalhar previamente no gabinete para que possamos analisar com maior profundidade o rito dos trabalhos da comissão, analisar as questões regimentais que eventualmente possam ser objeto de questões de ordem e o aspecto legal e constitucional.”

O senador destacou que pretende usar o prazo máximo de 10 dias que a comissão tem nessa primeira fase, do julgamento da admissibilidade do processo, para que a se dê o “máximo de tempo para a defesa trabalhar”.

Os nomes para a comissão serão indicados pelos partidos até esta sexta.

RELATORIA

Em relação à relatoria, caberá agora uma negociação dentro da comissão. O PSDB reivindica o cargo para Anastasia, mas o PT quer barrar a negociação.

Outro nome que circula nos bastidores é da senadora Ana Amelia (PP-RS). Ontem, contudo, o líder do governo na Casa, Humberto Costa (PT-PE), criticou essa conjectura, afirmando que é necessário haver isenção no cargo de relator. O PP rompeu com o governo quando da votação da autorização da abertura do processo de impeachment de Dilma na Câmara, que ocorreu no último domingo (17).

Na terça (19), quando o processo foi lido em plenário, a maioria dos partidos já fez suas respectivas indicações para a comissão do impeachment. O PT, contudo, afirmou que vai usar todo o prazo, embora já os nomes que pretende indicar para o colegiado.

Pelo partido, devem participar como titulares, os senadores Lindbergh, José Pimentel (CE) e Gleisi Hoffmann (PR). Os suplentes serão: Fátima Bezerra (RN), Humberto Costa (PE) e João Capiberibe (PSB-AP), que teve uma vaga cedida pela sigla.

Fonte:Giro UOL, Folha de São Paulo

 

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