Depois que cinco armas e uma granada foram encontradas dentro de cela em cadeia de Goiás, o chefe da Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Edson Costa, afirmou que o sistema penitenciário está “pronto para dar respostas”.

Ele afirma que foram determinadas revistas todos os dias em todas as unidades prisionais do estado, mas a pasta não sabe explicar como os equipamentos chegaram até os presos e investiga como isso ocorreu.

 Vistoria em presídio palco de rebelião apreende armas, munições e até granada  (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Vistoria em presídio palco de rebelião apreende armas, munições e até granada (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

“Armamentos podem ter sido lançados sobre os muros, podem ter entrado por corrupção de qualquer um que tem um papel com o serviço, seja visita, advogado, servidor público. Não quer dizer que não vamos ter algum tipo de movimentação, pode ter, mas o sistema está pronto. Temos planejamento para dar as respostas necessárias. Não tem porque a sociedade se preocupar”, afirmou o coronel Edson ao G1.

O superintendente de administração penitenciária, Jonathan Marques da Silva, afirmou que os equipamentos foram encontrados sob uma das camas em um “fundo falso” entre a parede e o assoalho da cela. Segundo ele, o serviço de inteligência apontou o local dos armamentos.

“Equipamentos estavam em um local bem escondido, que a revista minuciosa conseguiu detectar. Encontramos carregadores, munições, armas e até granada. O trabalho já foi intensificado, as revistas e os procedimentos. Presos também foram identificados e vão ser encaminhados para a Polícia Civil”, afirmou.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou ao G1 que a Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) ficará responsável pelas investigações. A unidade, no entanto, ainda não recebeu nenhum material da DGAP para começar as apurações.

Coronel Edson Costa e superintendente Jonathan Marques falam sobre vistorias em presídios (Foto: Vanessa Martins/G1)

Apreensões

A DGAP informou que a granada apreendida e os detonadores artesanais já foram explodidos. O esquadrão de bombas do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) deve elaborar um relatório com dados sobre os explosivos. A granada encontrada, segundo a diretoria, já estava com a parte metálica enferrujada e bastante suja de terra.

Na ação, foram apreendidas quatro pistolas, um revólver, três artefatos improvisados, 600 munições e uma granada. A vistoria foi realizada em conjunto pelo Gope e as forças do Comando de Missões Especiais (CME) da Polícia Militar.

Ainda conforme a DGAP, a operação “integra o cronograma de ações ostensivas, que ocorrem em todas as unidades prisionais goianas e que tem como principal objetivo inibir a entrada, bem como realizar a retirada de produtos ilícitos dos presídios”.

Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia (Foto: Wildes Barbosa/O Popular)

Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia (Foto: Wildes Barbosa/O Popular)

Nova unidade

O coronel Edson Costa acrescentou que pretende desativar, nos próximos 30 dias, a Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, onde ocorreram duas das três rebeliões do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Segundo ele, está sendo negociada a construção de outra unidade para os detentos, que deve ficar pronta em 90 dias.

Enquanto a Colônia estiver desativada, os presos do semiaberto que trabalham serão direcionados para um albergue. Já os que não têm serviço serão alocados temporariamente na POG, que é de regime fechado.

Segundo a DGAP, a penitenciária já abriga cerca de 2 mil presos, embora a capacidade total seja de cerca de 700.

 Após rebeliões, ministra Cármen Lúcia visita Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)

Após rebeliões, ministra Cármen Lúcia visita Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)

Vistorias

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), havia solicitado uma inspeção na Colônia Agroindustrial após os primeiros motins. A vistoria apontou diversas irregularidades no local. O CNJ já havia avaliado a unidade e a POG como penitenciárias em “péssimas” condições.

Cármen Lúcia visitou Goiás após as três rebeliões no Complexo Prisional. Na ocasião, ela havia anunciado uma visita ao Complexo Prisional, mas, por motivos de segurança, cancelou o programa.

A ministra solicitou nova vistoria, que também encontrou armamentos nos presídios. Ela deve voltar ao estado em fevereiro para reavaliar a situação do sistema prisional goiano.

Fonte G1 por Vanessa martins G1 GO

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