A defesa do prefeito Zé Simão (PT), de Lagoa do Sítio, preso na semana passada acusado de matar a primeira-dama Gersineide Monteiro, vai pedir o relaxamento da prisão do gestor, que até esta manhã seguia em uma das celas da delegacia da Polinter, em Teresina. Em entrevista ao programa Jornal do Piauí, da TV Cidade Verde, o advogado Lucas Villa afirmou que a prisão do gestor se deu de forma ilegal e questionou algumas das declarações dadas pela polícia sobre o caso.

O crime contra a primeira-dama aconteceu no dia 10 de fevereiro. No início da manhã foi ventilado que ela teria sofrido um infarto fulminante, informação que caiu por terra após a realização de exames de perícia no local e baseado no laudo cadavérico do IML. Gersineide foi de fato morta com um disparo de arma de fogo na cabeça. Atingida com tiro no ouvido, ela teria sido morta enquanto dormia.

Suspeitos de envolvimento na morte de Gersineide, a polícia prendeu ainda no mesmo dia, o prefeito Zé Simão e a empregada da família, Noêmia Maria da Silva Barros. Em primeiro momento, os dois teriam confirmado à polícia que tinham um envolvimento amoroso e jogavam um contra o outro a acusação pela autoria do disparo contra a primeira-dama.

“O pedido de relaxamento já se encontra no Tribunal de Justiça, assim como o pedido de liberdade provisória, e deve ser despachado o mais breve possível. Estamos numa fase em que o julgador do processo deverá ou relaxar a prisão, se concordar com o que a gente sustenta de que foi uma prisão ilegal, ou converter essa prisão em preventiva, ou conceder a liberdade provisória”, disse o advogado em entrevista.

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Lucas Villa afirma que o prefeito continua reafirmando a inocência dele. Muito abalado, ele está “sofrendo muito” e “muito preocupado” por já ter chego a ele a informação de que a imprensa noticiou aquilo que a polícia tem dito, e que “todas as impressões que se está criando na opinião pública é de que ele seria o autor deste homicídio”, fato negado pelo prefeito. O advogado, porém, não se pronuncia sobre quem, na ótica do prefeito, teria cometido o crime.

Na entrevista, Lucas critica a posição da polícia, de que antes da investigação já estaria apontando se o autor do crime “foi A ou se foi B”. “Acho que numa situação como essa é de se ter cuidado, porque todo mundo tem direito a defesa. E o prefeito gostaria de ter tido a oportunidade de se defender de forma adequada. Mas infelizmente ele já acusado, julgado e condenado na televisão pela autoridade policial, sem que ele tenha tido sequer o direito de se defender”, disse, completando que acredita que a polícia está sendo “precipitada” em dizer que a situação já está resolvida.

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Ele sustenta esta questão ao dizer que os laudos periciais ainda não foram juntados aos autos. “Das duas umas, ou eles não existem ou eles estão sendo escondidos”.

Os laudos seriam, segundo a polícia, elementos que indiciam que o prefeito mentiu. Nestes laudos estariam a comprovação de que Gersineide estava morta desde 1h da madrugada, desqualificando as informações do prefeito, que teria afirmado à polícia que naquele dia saiu cedo de casa para ir em sua roça, que ela acordou e lhe deu bom dia. Comprovariam ainda que o prefeito, diferente do que disse aos policiais, não teria tiro relação sexual com a primeira-dama naquela noite.

“Quero crer que isso que foi repassado à televisão teria sido uma primeira impressão do perito, que compartilhou isso informalmente ao delegado”, disse Lucas Villa.

Ao sustentar sobre a ilegalidade da prisão o advogado disse que não houve flagrante. “O que é o flagrante? Quando a pessoa é encontrada durante a prática do delito ou logo após a prática do delito em perseguição ou com instrumentos do crime. Segundo o que a gente tem ouvido da polícia teria acontecido uma hora da manhã. E foi dada voz de prisão ao prefeito às 19h40 da noite. Isso não é mais situação de flagrante”, diz Lucas.

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Fonte: 180graus

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