Dá até para dizer que a escalação de Gabriel Jesus foi uma surpresa. Revelada na véspera do jogo, tudo bem, mas ainda sim uma surpresa. Em sua estreia no comando da Seleção, Titepromoveu outra estreia: a do camisa 9 pela seleção principal. E o atacante do Palmeiras, artilheiro do Campeonato Brasileiro, não decepcionou. Com apenas 19 anos e cinco meses, infernizou a defesa do Equador, não desistiu de bola alguma, sofreu pênalti – convertido por Neymar – e ainda fez dois gols, um de oportunismo e outro com muita categoria (reveja no vídeo abaixo). Fosse a partida válida pelo Brasileirão, Jesus teria ”mitado” no Cartola com 18,5 pontos.

Foram dois gols, quatro faltas sofridas, três cometidas, uma roubada de bola, duas finalizações para fora, uma defendida, três impedimentos e dois passes errados. Já vendido ao Manchester City (só vai se apresentar em janeiro de 2017), Jesus parecia um veterano em campo. Sentiu os efeitos da altitude de 2.850m de Quito apenas no primeiro tempo, mas soube controlar o problema. Por vezes, trocou de função com Neymar no ataque, jogando centralizado ou pela esquerda. E teve tranquilidade e confiança para fazer história em sua estreia ao escrever mais uma bonita página de sua meteórica ascensão. Três anos depois de chegar às categorias de base do Palmeiras, o menino decidiu um jogo com a camisa do Brasil.

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abriel Jesus comemora um de seus gols contra o Equador: estreia de gala na seleção principal do Brasil (Foto: AFP)

– Não tinha estreia melhor. Eu que venho trabalhando forte, sempre firme, o Tite me passou confiança, assim como o grupo inteiro. Para mim tudo é novo. Em três anos tudo está acontecendo e hoje posso estrear na seleção principal e fazer gol. Fico muito feliz, não só pelo gol, mas pelo meu jogo e da equipe – resumiu Jesus após a partida.

A expectativa até a véspera do jogo era que Gabriel Barbosa fosse titular no ataque ao lado de Willian e Neymar. O ex-atacante do Santos, vendido ao Internazionale de Milão, tem mais experiência na Seleção. Tite, no entanto, escolheu colocar Jesus em um jogo complicado na altitude e com o Brasil pressionado por resultados nas eliminatórias. Segundo o treinador, a escolha foi baseada na ”possibilidade maior de obter sucesso”.

– Não posso dizer que sabia que ele jogaria tão bem assim e faria dois gols. Mas posso dizer que apostamos na possibilidade maior de sucesso. Senti os atletas muito pressionados pela campanha. Eles são humanos, eles sentem. Sentem toda a expectativa gerada, todo o envolvimento. E aos poucos vocês vão conhecendo mais os atletas. Vemos no dia a dia como eles tem atenção em poder ficar feliz e deixar um monte de gente feliz. Que ele ia se destacar tanto eu não sabia, mas sabia as funções que ele ia exercer dentro de campo – frisou.

O treinador ainda fez questão de dividir os méritos com os outros treinadores da carreira de Jesus: Cuca, Marcelo Oliveira e Oswaldo de Oliveira.

– Tem muito do Palmeiras e do Cuca também. Para ser justo, também tenho que citar Marcelo e Oswaldo de Oliveira. Os dois também trabalharam com o Jesus. Enchi o saco de todos os técnicos do Brasileirão. Fica aqui o meu agradecimento a eles. A vitória veio muito em função deles, como lidar com cada atleta… Me ajudou muito. E claro de toda a comissão técnica, que almoçou e jantou comigo, que foi a várias cidades e países para observar jogadores e minimizar os erros. O trabalho é muito deles também.

A vitória sobre o Equador levou o Brasil aos 12 pontos nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Neste momento, a Seleção ocupa a 5ª posição, dois pontos atrás da líder Argentina. A delegação desembarcou nas primeiras horas desta sexta-feira em Manaus, palco da partida da próxima terça-feira, diante da Colômbia, na Arena da Amazônia.

Fonte: Globo Esporte; Por Alexandre Lozetti e Edgard Maciel de Sá Quito, Equador

 

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