A rede de notícias americana CNN anunciou nesta segunda-feira (14) que fechou acordo com um grupo de mídia brasileiro para licenciar sua marca no Brasil.

A CNN Brasil será programada e operada por uma nova empresa liderada pelo jornalista Douglas Tavolaro, que deixa a vice-presidência de jornalismo do Grupo Record, e pelo empresário Rubens Menin, fundador da MRV Engenharia, maior construtora do país.

O acordo foi estabelecido com a CNN International Commercial (CNNIC), divisão da Turner responsável pelas operações comerciais das propriedades da CNN fora dos Estados Unidos. O licenciamento inclui acesso, por exemplo, ao conteúdo da CNN International.

O novo canal de notícias estará disponível para assinantes da TV paga –não foi divulgado se já há acordo com alguma operadora– e também em plataformas digitais.

Foto: Divulgação/CNN

O grupo brasileiro não informou o prazo do acordo nem quando o canal deve entrar no ar, mas a ideia é que isso ocorra ainda neste ano. A previsão é que sejam contratados cerca de 400 funcionários, em escritórios em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília, além de correspondentes internacionais.

Tavolaro atuará como presidente-executivo da CNN Brasil, enquanto Menin será presidente do conselho de administração da empresa. “A CNN International e a CNN en Español continuarão disponíveis no país e não fazem parte do licenciamento”, informaram as empresas.

Segundo a Turner, o modelo de licenciamento de marca já existe em países como Suécia, México e Argentina. “O Brasil é um país empolgante para continuar a expansão da marca CNN. Esse anúncio é parte de uma estratégia global para trabalhar com parceiros que pensam da mesma maneira e que enxergam uma clara oportunidade para produtos e serviços de notícias locais da marca CNN”, afirmou em nota Greg Beitchman, vice-presidente de vendas de conteúdo e parcerias da CNNIC.

Não é a primeira vez que a CNN mira o Brasil. No fim dos anos 1990, a rede americana investiu pesado em sites de línguas diversas. “A ideia da sede em Atlanta era ter abrangência internacional. Cuidávamos da página em português, com pessoas em São Paulo, Rio, Londres, com todo o apoio da estrutura da CNN”, diz Sérgio dos Santos de Oliveira, editor-chefe do site CNN.com.br à época. A iniciativa durou até 2004. “Veio a bolha da internet, a CNN quase foi arrastada e depois acabaram com o departamento que cuidava dessa expansão.”

Em 2017, o blog Telepadi, da jornalista Cristina Padiglione, noticiou que a CNN estava em negociação avançada com a RedeTV! para usar a estrutura da emissora e criar a CNN Brasil. Mas o negócio foi interrompido em meio ao processo de compra da Warner Bros., grupo ao qual a Turner pertence, pela AT&T.

O modelo anunciado agora é diferente daquele implementado nos anos 1990 , já que depende da criação de uma empresa brasileira –o que, segundo especialistas, garante que não será descumprida lei que restringe a 30% a participação de estrangeiros em empresas jornalísticas.

“A Constituição determina ainda que a responsabilidade editorial e as atividades de seleção e programação são privativas de brasileiros”, lembra Leonardo Cotta Pereira, da área societária do escritório Siqueira Castro.

Em nota, Menin disse que o objetivo da CNN Brasil é contribuir com a democratização da informação no Brasil. “Um país com uma sociedade livre e desenvolvida só é construído com uma imprensa plural.”

Fonte: Portalodia.com por Folhapress

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