Após 31 dias de greve, os bancários aceitaram o reajuste de 8% e voltaram às atividades nesta sexta-feira (7). O retorno foi marcado por filas e insatisfação de muitos clientes. Ao contrário do que ocorre em ao menos sete capitais do país, as agências da Caixa voltaram a funcionar normalmente no Piauí.

O G1 deu uma volta pelo Centro da capital durante a manhã e conversou com algumas pessoas.

Uma delas foi a telefonista Francisca das Chagas que chegou cedo para enfrentar a fila que se estendia na porta da agência bancária. “Senti muitas dificuldades para resolver meus problemas. Eu tenho uma filha especial e ela recebe um benefício, como perdemos o cartão só poderia receber direto no caixa e não foi isso que aconteceu. Com a greve eu não podia nem fazer o pedido do novo cartão e nem receber o dinheiro, então assim que eu soube ontem que tinha terminado a greve eu vim para resolver tudo”, disse.

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O agente de saúde José Carlos falou considera um descaso o que o usuário teve de enfrentar durante a greve e até depois dela para conseguir solucionar os seus problemas.

“Entendo que todo profissional tem o seu direito de lutar, mas ao mesmo tempo eu acho um descaso. Além de enfrentar uma fila dessa aqui fora e também lá dentro, vamos ter que pagar encargos pelo atraso, sendo que a culpa não é nossa. Os problemas que tivemos durante a greve vão continuar até tudo voltar ao normal”, contou.

Sandra Araújo, técnica de enfermagem, disse que durante a greve sofreu com a falta de informação e com o atendimento inadequado. Para ela, quem deveria falar com o usuário era os gerentes e não os seguranças.

“Os transtornos que a gente teve foi desde ficar sem ter que arcar no tempo certo com as despesas que todo mundo tem, e agora ter que pagar multa, sem falar de direitos que nós já tínhamos resguardados como, por exemplo, o direto de receber direto no caixa, que foi negado. Não recebi meu pagamento, não pude pagar minhas contas e quando chegava ao banco logo enviavam o segurança que não sabia de nenhuma informação para falar“, reclamou.

Greve nacional mais longa
A greve completou 31 dias na quinta-feira (6) e supera a de 2004, primeiro ano em que os bancários se uniram para negociar melhores condições para a categoria e que tinha sido a mais longa até então com duração de 30 dias, segundo a Confederação Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A greve de 2015 durou 21 dias.

Negociações
Os bancários pediam a reposição da inflação do período mais 5% de aumento real (totalizando 14,78% de reajuste), valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90.

Antes do início da greve, no dia 29 de agosto, os bancos propuseram reajuste de 6,5%. Novas propostas foram apresentadas nos dias 9 e 28 de setembro, de reajuste de 7%. Todas foram rejeitadas pelos bancários, que decidiram manter a greve por tempo indeterminado.

Fonte: G1 PI

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