A piauiense Dona Gracinha da Sanfona, de 75 anos, lançou ontem em Brasilia seu primeiro CD e DVD. O trabalho, não por acaso intitulado de Dona Gracinha da Sanfona — Vida e Obra,  inclui faixas de Luiz Gonzaga e homenagens ao Piauí como a regravação do hino do Estado e a canção Meu Piauí.

Natual de Floriano, assim que, aos 4 anos, aprendeu a tocar o fole de quatro baixos, que lhe foi presenteado pelo tio Zé Manduca, a primeira música que Dona Gracinha tirou do instrumento foi Juazeiro, de Luiz Gonzaga. Desde então, o Rei do Baião mantém-se como ídolo da acordeonista, que sempre toca suas músicas nas incontáveis apresentações que tem feito, como profissional da música, há mais de 60 anos.

foto: Antonio Cunha/CB/

O disco foi lançado com show no Espaço Cultural do Choro e  uma das faixas é Assum Preto, clássico da obra de Gonzagão. “Eu não podia deixar de incluir música de Luiz Gonzaga nesse projeto que é o mais importante da minha carreira”, enfatiza a veterana musicista.

Gravado em junho de 2017, no Teatro Newton Rossi do Sesc, em Ceilândia, o DVD traz 11 faixas. Cinco delas, Meu Piauí, Venceslau no samba, Carnaúba, Mambo e Baião do Venscelau foram compostas por Dona Gracinha. A elas se juntam, no repertório, Faço bem a ela (Gabriel Lourenço), Na pisada da sanfona (Fabiano Medeiros), Bonita Maria (Kaká Taciano e Cláudia Daibert), Marinheiro só e Hino do Piauí (domínio público) e a citada Assum Preto, parceria de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Fabiano Medeiros (criador e maestro da Orquestra Marafreboi) assina a maioria dos arranjos e divide a direção musical com Flávio Leão. Na gravação, houve a participação de Ana Amoras (violoncelo), Sivuquinha (sanfona), Mestre Zé do Pife (pífano) e grupo musical da APAE. Os acompanhamentos são do trio que toca com a acordeonista, formado por Gabriel Lourenço (violão), Fernando Meira (cavaquinho) e Flávio Leão (percussão); e de Renê da Silva (baixo), Claudeilton Silva (bateria), Bil do Trompete, Edu Brandizi (saxofone) e músicos da Marafreboi.

Foto: Divulgação

Matismal) passou a ser chamada de Gracinha no dia em que nasceu, 11 de fevereiro de 1943. “Uma tia minha foi quem me deu o apelido. Dearia Vieira da Silva (nome que a instrumentista recebeu na pia bpois disso nunca mais ninguém me chamou de Maria, nome de Nossa Senhora. Virei Dona Gracinha da Sanfona, por causa do instrumento que toco desde que deixei a gaita de boca de lado, na infância”, conta.

Foi ainda na infância também que, precocemente, Dona Gracinha deu início à trajetória artística, tocando em cidades do interior do Piauí. “Eu costumava animar festas, aí já com uma sanfona de 24 baixos, e viajava por aquele interiorzão montada em jumento. Foram muitas e muitas viagens. Com o dinheiro que recebia, ajudava em casa”, lembra.

Quando veio para Brasília, a convite dos irmãos, “pioneiros, moradores da Vila Planalto, que ajudaram a construir a capital”, Dona Gracinha já era uma sanfoneira experiente. Foi aqui, onde está radicada desde o início da década de 1970, que ela lançou dois CDS. “Queria muito gravar um DVD, mais faltavam recursos. Com o apoio do FAC, da Secretaria de Cultura, consegui realizar meu sonho”, comemora. “Mesmo com a visão fraca, já assisti ao DVD algumas vezes e gostei muito. O CD e o DVD estarão à venda no Clube do Choro e espero que as pessoas que forem me ver no show comprem, para apreciar a minha música também no carro e em casa” acrescenta.

Fonte: Cidadeverde.com Por Rayldo Pereira / Playlist

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